O Teste de Latências Múltiplas do Sono consiste em cinco registros polissonográficos (paciente deitado em sala escura e silenciosa) durante o dia com duração de 20 minutos a intervalos de 2 horas durante os quais o paciente deve tentar adormecer.
A finalidade do teste é pesquisar o diagnóstico de narcolepsia.
A narcolepsia é uma doença que faz com que a pessoa adormeça em qualquer parte do dia, independente do horário ou do lugar em que esteja. Pode ser no momento em que está dirigindo, no trabalho ou em uma festa de família. E, como esse cochilo chega a durar de 5 a 10 minutos, pode causar muitos problemas na vida pessoal e profissional do narcolepso.
A narcolepsia é uma predisposição genética que acomete cerca de 0,1% da população e é caracterizada por quatro sintomas centrais
– sono excessivo e a qualquer hora do dia.
– catalepsia: é a perda de tônus muscular. A pessoa fica com os músculos flácidos de repente e pode até cair. Esse sintoma pode ser confundido com convulsão ou síncope e, às vezes, só há a dobra súbita do joelho, do pescoço ou da cabeça. Cerca de 70% dos narcolepsos apresentam esse indício. A queda brusca é, normalmente, desencadeada por alguma emoção mais forte, seja por felicidade ou por tristeza.
– alucinações hipnagógicas: é quando, no início do sono, a pessoa tem sonhos vívidos, pesadelos e alucinações fortíssimas.
– sono paralítico: o indivíduo acorda e não consegue mover nenhum músculo. Ele escuta, ouve, respira, mexe os olhos, mas não consegue se levantar, nem movimentar os braços e nem as pernas.
Além disso, a pessoa que sofre de narcolepsia pode chegar a ficar obesa e a apresentar alterações em suas condições psicológicas. No início, a doença pode ter dois picos. O primeiro acontece por volta dos 15 anos de idade e o segundo aos 35. Mas a crise também pode ser contínua. Um grande problema é que no jovem pode ser confundida com deficiência mental, aí o adolescente demora para buscar a ajuda certa e, enquanto isso, vai mal nos estudos, perde os amigos e perde tempo em iniciar o tratamento correto.
Para diagnosticar a narcolepsia, é preciso muita atenção aos sintomas, uma vez que os sintomas podem ser confundidos com doenças como depressão, autismo, lesões cerebrais, entre outras. Também é preciso afastar a possibilidade de que o indivíduo seja um usuário de drogas.
O Teste de latências múltiplas do sono, realizado no laboratório do sono, com registros polissonográficos durante o dia ( com duração de 20 minutos a intervalos de 2 horas durante os quais o paciente deve tentar adormecer), é de suma importância para confirmar o diagnóstico.
Apesar de não ter cura, a narcolepsia pode influenciar pouco a vida da pessoa se for tratada corretamente. Para isso, o narcolepso deve evitar bebidas alcoólicas, controlar a alimentação, praticar atividades físicas e contar com o suporte psicológico de um profissional. Hoje em dia também existem diversos medicamentos específicos para o controle do sono e até antidepressivos com pequena taxa de efeitos colaterais. Com a narcolepsia controlada o indivíduo poderá ter uma atividade social e profissional normal.